O Dia Mundial da Diabetes, celebrado a 14 de Novembro, surgiu pela primeira vez em 1991, com o intuito de chamar a atenção das entidades oficiais, dos profissionais de saúde, da comunicação social e da comunidade em geral para a problemática da Diabetes Mellitus.
A Caress Natura mais uma vez não quer deixar de partilhar com os seus membros informação relevante no âmbito desta temática.
A Diabetes Mellitus é uma “Desordem metabólica” com origem múltipla, caracterizada por uma elevação do nível de açúcar no sangue de forma crónica, resultante de deficiências na secreção ou ação da insulina, ou de ambas. Nesse sentido, esta é uma condição que requer uma alimentação particularmente equilibrada, onde a ingestão de hidratos de carbono, especialmente os de rápida absorção, deve se contabilizada.
Podemos dividir os hidratos de carbono em simples e complexos. Do grupo dos complexos, fazem parte os cereais, as leguminosas, o pão, a batata, as massas, o arroz, o cous cous, a quinoa, etc. Em relação aos hidratos de carbono simples, temos as frutas, o mel, o açúcar, os xaropes de agave, ácer, entre outros. Sendo a ingestão dos hidratos de carbono simples e as suas alternativas artificiais um assunto polémico, será sobre eles que iremos focar hoje a nossa atenção.
O açúcar pode ser encontrado na sua versão natural, presente em alimentos (plantas, frutas, vegetais, lacticínios) ou, na sua forma processada que posteriormente pode ser adicionada a alimentos e/ou produtos alimentares. Este último pode aparecer em rótulos com diferentes designações, tais como: açúcar branco, açúcar mascavado, açúcar invertido, açúcar integral, açúcar de cana, açúcar de côco, açúcar em pó, dextrose, maltose, sacarose, lactose, glicose, frutose, maltodextrinas, xarope/geleia de arroz, milho, agave, bordo ou acer, sumos de frutas concentrados, mel, melaço, malte de cevada.
Os açúcares adicionados encontram-se expectavelmente em bolos, refrigerantes, bolachas e iogurtes açucarados. No entanto, é possível encontra-los em produtos industrializados como molhos, caldos e refeições pré-confecionadas. O consumo regular destes produtos deve ser evitado.
Ao longo dos tempos, o açúcar passou a estar presente de uma forma vulgar na nossa alimentação diária, criando em nós o vício por doce. Com o crescente alerta por parte da comunidade científica, dos media, e com a maior procura por alternativas, têm vindo a surgir substitutos não calóricos e não nutritivos à sacarose e sem implicação direta na subida da glicemia, os adoçantes. São recomendados em dietas de perda de peso e em pessoas com Diabetes Mellitus e a sua ingestão está desaconselhada em crianças com menos de dois anos.
Os adoçantes dividem-se em dois grandes grupos: adoçantes com valor calórico e sem valor calórico.
Adoçantes com valor calórico – também designados de polialcoois como o sorbitol, o xilitol, o maltitol, o manitol, o eritritol, o isomalte e lactitol possuem baixo índice glicémico* e são apenas parcialmente absorvidos pelo organismo. Deste modo, não promovem o aumento da glicémia e são seguros se utilizados por diabéticos. No entanto, o seu consumo excessivo, superior a 10g/dia, pode originar cólicas intestinais e/ou diarreia.
Adoçantes sem valor calórico – acesulfame K, aspartame, sacarina, stevia e sucralose, não são metabolizados pelo organismo e possuem um poder adoçante elevado. Assim, as quantidades necessárias para igualar o poder adoçante ao do açúcar comum são mínimas. Atualmente são muito utilizados na indústria alimentar em compotas, cobertura de doces, sobremesas, molhos para saladas, refrigerantes, entre outros.
A Sacarina apresenta um poder adoçante 200 a 700 vezes superior ao açúcar comum (sacarose). Foi associada a agentes carcinogénicos em ratos, no entanto, os mecanismos identificados nos ratos não se aplicam aos humanos. Não existem estudos que relacionem positivamente a sacarina ao cancro, sendo esta aprovada como segura, para consumo pelo FDA (Food and Drug Administration) se for respeitado o seu ADI (Dose Diária Admissível).
O Aspartame apresenta um poder adoçante 200 vezes superior ao do açúcar (sacarose). Não suporta temperaturas elevadas (a partir dos 100º C) e portanto não é uma alternativa para confeções que necessitem de calor. É contraindicado para pessoas com fenilcetonuria.
O Acessulfame K tem uma capacidade de adoçar 200 vezes superior à do açúcar.
A Sucralose tem um sabor semelhante à sacarose e um poder adoçante 600 vezes superior. É estável a temperaturas elevadas.
A Stevia é um adoçante natural obtido através de extratos da planta rebaudiana Bertoni. O poder adoçante é 250 vezes superior ao da sacarose. Pode ser sujeita a elevadas temperaturas e existe no mercado sob a forma de pó, comprimido, saqueta e líquido.
Curiosidades
A fruta tem demasiado açúcar?
A fruta é uma opção saudável. É verdade que existe açúcar na fruta (frutose). No entanto, esta é uma importante fonte de vitaminas, minerais e fibra que são fundamentais num regime alimentar equilibrado. É, também, uma excelente opção para saciar a vontade de comer doces.
Mel, açúcar mascavado, açúcar de côco, agave, xarope de milho/arroz/ácer são melhores do que o açúcar branco?
Nutricionalmente são todos muito semelhantes. O valor calórico por 100 g e o teor em hidratos de carbono são praticamente idênticos. Diferem, no entanto, no grau de processamento e consequentemente na quantidade de minerais presentes e no índice glicémico. O açúcar mascavado, o mel, o xarope de milho ou de arroz são alternativas ao açúcar branco mas que devem sempre ser usadas com moderação e em situações especiais, tornando os doces/sobremesas ligeiramente mais saudáveis.
O consumo de adoçantes é seguro?
Os suplementos são regulados pela FDA (Food and Drug Administration) como aditivos reconhecidos como seguros (GRAS). A FDA aprova e determina a ingestão diária admissível (ADI), os possíveis efeitos cumulativos e baseia-se em testes de toxicidade em animais. A quantidade máxima diária admissível que é recomendada é dificilmente ultrapassável, no entanto não é aconselhável o consumo excessivo de adoçantes de forma isolada ou associados a bebidas ou alimentos sem valor nutricional (refrigerantes, bolos, etc).
Sabia que a frutose não deve ser utilizada como adoçante por diabéticos?
A frutose é um exemplo de adoçante calórico. Existe na fruta mas também pode ser adquirida isoladamente com qualquer outro adoçante. O teor calórico é igual ao do açúcar. Por outro lado, quando consumida em excesso, pode contribuir para o aumento dos níveis de triglicéridos.
A Nutricionista Conclui:
Os consumidores devem estar atentos aos rótulos dos produtos. Todas as estatísticas indicam que os adultos e crianças consomem açúcar em maiores quantidades do que o recomendado. Este consumo pode ser reduzido através da substituição do açúcar de adição por adoçantes que não possuem o seu valor calórico, elevado índice glicémico e consequentes malefícios comprovados para a saúde.
A utilização de adoçantes é deste modo uma vantagem face à utilização do açúcar pois não contribui para o aparecimento de caries dentárias, e é um contributo na redução da ansiedade associada à restrição de açúcar em situações de excesso de peso, sendo considerado seguro para pessoas com Diabetes Mellitus.
No entanto, apesar dos adoçantes serem uma opção útil na Diabetes Mellitus e em situações de perda de peso, o seu consumo para um estilo de vida saudável é recomendado em quantidades mínimas, na medida em que estimula a apetência para o consumo de produtos açucarados.